quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

« TRISTE POETA...! »

Sylvia Cohin & Fernando Peixoto

Haverá estrelas a quem falar
dos versos escritos nessa noite escura?
Melhor sonhar sem fronteira,
onde p´ro canto alegre ou triste,
nasce a rima da ternura...


Soltam-se as rimas ao vento
Dançam os versos no éter
E as ondas do pensamento
Ondulam no firmamento
Nos cabelos de Deméter


Melhor contar pro coração
coisas que o mundo nem sabe:
Pranto de amor só existe
p´ra que a rima não se acabe...


Não se acaba a rima quando
A Dor aprende a rimar
Com versos que vão voando
Nos sonhos do verbo Amar.


Esquece, Poeta, a tua sina!
Enxuga o pranto do passado
que afinal foi bom um dia...
Não há dor sem proveito nem amor
sem alegria...
Não há fruto sem semente,
chuva sem nuvem
nem passado sem presente
que acorda sem medo,
no berço de outro dia!


Escuta, musa, os sinais
Dos mais tímidos segredos
Que nos escapam dos dedos
Em gestos tão naturais
Que afastam de nós os medos
Para espaços siderais
E devolvem a coragem
De assumirmos a certeza
De sermos, nesta paisagem,
Mais que uma simples miragem,
Um oásis de pureza.


Canta ao vento a rima da lembrança
que renasce toda hora em cada esquina!
A saudade é chão de caminhante
que alimenta a inspiração menina!


Eu quero alimentar a esperança
Que o poema clareia e ilumina
E sentir nessa luz a segurança
Com que o Sol irrompe na neblina.


Oh poeta sonhador!
O teu canto sem fronteira,
é alento que enfuna a vela,
que impele o barco a navegar contra a procela,
que acende a chama da Verdade,
que seca o lodo do charco,
e rasga as portas do horizonte
na busca infinita ou derradeira,
de tua amante e companheira...
A Eternidade!


Eu sei que o Canto é a minha meta
Condenado que estou nessa sentença
De ser Anjo, de ser Homem, ser Poeta,
E se o Passado me trava na Saudade
Abro as asas e vôo sem detença
Rumo ao Norte, ao Sonho, à Eternidade!


SYLVIA COHIN & FERNANDO PEIXOTO

9 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Melhor contar pro coração
coisas que o mundo nem sabe:
Pranto de amor só existe
p´ra que a rima não se acabe...

Queridos amigos Syl e Fer !
Gostosos versos enfeitam a minha " noite escura " com tanta "ternura" que senti no coração !

Guardo comigo essa frase de profundo lirismo e que vai alimentar a minha alma , para sempre !

" Não há dor sem proveito nem amor sem alegria "

Esse encontro poético com os amigos nos traz grande alegria !
Quem me dera passar a noite lendo esse versos "carregados" de prognósticos existenciais !
Por certo , estaría mais preparada para enfrentar a vida de poeta , rsrsrs
Voltarei mais vezes aqui ...
Muito grata pelo envio !
Beijos com carinhos
Vera

17 de jan. de 2007, 22:23:00  
Blogger Vera Vilela said...

Bravíssimo!
Lindos e líricos versos, dignos de saírem das mentes brilhantes de vocês dois.
Amei, amei de paixão.
Beijos com muita saudade

17 de jan. de 2007, 22:32:00  
Anonymous Anônimo said...

Chérs Fernando et Syl.
J'etais heureuse quand j'ai vu l'actualisation,il y avait longtemps...
Vos merveilleux vers me manquaient dejá...
Et même si un pôete est triste ou fatigué,son coeur est toujours lá pour épancher son âme,et faire vibrer le notre.
Bisous á vous deux...Rosa

18 de jan. de 2007, 16:04:00  
Anonymous Anônimo said...

Sigo esse rumo também...ou tento...
Fica um beijo

19 de jan. de 2007, 18:33:00  
Blogger Flor de Tília said...

" Não há dor sem proveito
nem amor sem alegria"

Mais um poema muito bonito.Com o bom gosto, a sensibilidade, a criatividade que vos são peculiares.
Os dois versos que seleccionei mostram bem quanto os momentos bons e os momentos maus da vida nos fazem crescer,amadurecer...
Beijinhos

20 de jan. de 2007, 05:53:00  
Blogger lena said...

um excelente momento de poesia!

senti o poeta sonhador

entra devagar,na primavera acordada, sem medo,
entra no voo monótono, das frases construídas...

e entra em cada verso e deixa-nos poesia

passar por aqui é um encontro sentido, entre mim, a poesia e os poetas

obrigada por me deliciarem assim

um abraço meu

lena

21 de jan. de 2007, 11:51:00  
Anonymous Anônimo said...

Mana, passei prá deixar um abraço, saudades.
"Triste Poeta", lindo demais, deixo um abraço tb para o Sr. Fernando.
Beijos
Beth

21 de jan. de 2007, 21:47:00  
Blogger Velutha said...

"Eu sei que o Canto é a minha meta
Condenado que estou nessa sentença
De ser Anjo, de ser Homem, ser Poeta,
E se o Passado me trava na Saudade
Abro as asas e vôo sem detença
Rumo ao Norte, ao Sonho, à Eternidade!"

Canta, poeta, eternamente, esse canto que brota da tua alma e se a saudade te não deixar, corta as grilhetas e voa , voa alto, seguindo o rumo que escolheste.
Sonha sempre. Não deixes que te tolham as asas nem os sonhos.
Mais um lindo poema. Excelente!
Beijinhos

22 de jan. de 2007, 05:17:00  
Blogger De Amor e de Terra said...

Olá Amigos, boa noite!
Que poderei dizer sobre este e outros Poemas que já não tenha dito? Perfeito!...
E fica tudo dito.
Parabéns.
Um beijo enorme da
Maria Mamede

23 de jan. de 2007, 19:27:00  

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