Maria Jerónima
Na manhã nova, a luz chega de seda
E envolve devagar o Porto Antigo
Como pedindo à noite, ávara e negra
Que troque agora de lugar consigo
Passaram horas; soa o meio dia
Nas torres de granito iluminado;
No apogeu da luz; o céu é sinfonia
E o Douro, imenso diamante lapidado
A tarde cai! É dos Pintores a hora
A cidade é tela, inacabada e pura
Com pinceladas rubras onde se demora
Toda a cor que alastra pela lonjura.
E a noite escura sucedeu ao dia;
As vielas são estreitas manchas pretas
Já ninguém lembra quem é que dizia
Que a esta hora o Porto é dos Poetas!...
Maria Jerónima
(in Porto em Poesia, 2004 - p.149)
7 Comments:
Jó querida!
Que alegria postar teu poema, tão fiel retrato deste Porto onde quem chega não quer mais voltar.... rss
Nosso beijo carinhoso! ;o)
Comment ne pas tomber sur le charme de cette merveilheuse ville,quand on la décrit sur des si belles paroles...
Félicitations pour votre beau poeme.Rosa
Que poema! Que perfeição na escrita e no olhar!
Que beleza! Como o Porto se deve sentir orgulhoso destes versos!
Fernando Peixoto
Parabéns pelas excelentes escolhas de poemas e poetas que constam deste cantinho de arte. Maria Jerónima é ótima.
Beijos
Cleide
Como fiquei feliz de aqui encontrar o poema da Maria Jerónima!!
"...E a noite escura sucedeu ao dia;
As vielas são estreitas manchas pretas
Já ninguém lembra quem é que dizia
Que a esta hora o Porto é dos Poetas!..."
Posso "roubá-lo"?
Beijinhos ;)
Já está postado!
FELIZ NATAL
Um abraço ;)
Que beleza!!!
Telesforo Fernandes, India
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