PARA AMARMO-NOS
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Que sirva sobretudo o nosso amor
para mudar o que anda à nossa volta,
porque eu não posso amar com tanta dor
que acende no meu peito esta revolta.
Não quero sublimar o meu prazer
olhando para o lado, em detrimento
do que vejo, do que me faz doer,
e me traz a náusea, o sofrimento.
Para amarmo-nos temos de sentir
e traçar claramente a nossa sorte.
Para amarmo-nos temos de partir
numa luta contínua contra a morte.
Só então teremos o direito
de olhar de frente o mundo em desafio
buscando um ser mais livre e mais perfeito
terminando com este desvario.
Teremos de vencer este cansaço
que empurra o nosso corpo à letargia
e darmos nossas mãos, o nosso abraço
para erguer no Futuro um Novo Dia.
Amando desta forma travaremos
o cruel apetite da cobiça
e só das nossas mãos suspenderemos
o fiel da balança da Justiça.
FERNANDO PEIXOTO