domingo, 6 de janeiro de 2008

PARA AMARMO-NOS


Que sirva sobretudo o nosso amor

para mudar o que anda à nossa volta,

porque eu não posso amar com tanta dor

que acende no meu peito esta revolta.


Não quero sublimar o meu prazer

olhando para o lado, em detrimento

do que vejo, do que me faz doer,

e me traz a náusea, o sofrimento.


Para amarmo-nos temos de sentir

e traçar claramente a nossa sorte.

Para amarmo-nos temos de partir

numa luta contínua contra a morte.


Só então teremos o direito

de olhar de frente o mundo em desafio

buscando um ser mais livre e mais perfeito

terminando com este desvario.


Teremos de vencer este cansaço

que empurra o nosso corpo à letargia

e darmos nossas mãos, o nosso abraço

para erguer no Futuro um Novo Dia.


Amando desta forma travaremos

o cruel apetite da cobiça

e só das nossas mãos suspenderemos

o fiel da balança da Justiça.


FERNANDO PEIXOTO



14 Comments:

Blogger Isamar said...

Que o nosso amor seja aplicado na mudança de um mundo tão injusto, tão cruel, tão desequilibrado. Que o poeta use o poema, o verso, a rima para enviar uma mensagem de paz, amor, justiça...

Beijinhossss

7 de jan. de 2008, 03:53:00  
Blogger São said...

A tua sensibilidade é algo de grandioso, a sério!
Muito grata e muito honrada com a tua amizade!!
O poema é soberbo, parabéns!
Um sentido abraço.

12 de jan. de 2008, 16:20:00  
Blogger Branca said...

Parabéns Fernando por versos tão bonitos de amor Universal.
Parabéns por também participar neste espaço que só hoje descobri.É um homem de muitos projectos.
Voltarei logo para ler o que está para tràs.
Beijinho

12 de jan. de 2008, 16:34:00  
Anonymous Anônimo said...

É bom retornar depois de tantos dias fora e encontrar um poema tão grandioso no conteúdo e na mais bela forma de "amor" verdadeiro -
o amor universal, solidário, fraterno e digno.
Parabéns, Fernando, a sua poesia nos conduz a uma séria reflexão.

12 de jan. de 2008, 17:17:00  
Blogger Isamar said...

Este comentário foi removido pelo autor.

12 de jan. de 2008, 18:08:00  
Anonymous Anônimo said...

Fernando Peixoto na genialidade de sua poesia, debruça-se sobre a vanguarda da consciência humana e sem distanciar-se do Amor, eleva-o soberbamente. Diante deste Poema , voz e grito de autêntica Poesia, só posso dizer: Parabéns, Poeta Fernando Peixoto
Sylvia Cohin

12 de jan. de 2008, 18:09:00  
Blogger Isamar said...

Parabéns Fernando! A tua poesia é genial.De intervenção!

Beijinhos

12 de jan. de 2008, 18:11:00  
Anonymous Anônimo said...

Aplaudindo de pé!

Este Poema é muito mais do que a já reconhecida competência poética do autor!

Ele é amor, directriz, rumo, chamada de consciência e lição de vida!

Parabéns Fernando Peixoto!

Obrigada, Sylvia!

Com afectuosa admiração
Carminho

12 de jan. de 2008, 20:27:00  
Anonymous Anônimo said...

Fernando, tenho recebido teus poemas através da Sylvia Cohin e sempre os aplaudo, mesmo que nem todos os meus cumprimentos eu consiga colocar aqui no blog.
Saiba que tens aqui uma admiradora da tua poesia e aceita minha emoção e minha reverência, postada neste belíssimo e triste canto à injustiça, à ganância e à cegueira dos homens.
Meu carinho,
Marise Ribeiro

13 de jan. de 2008, 16:15:00  
Anonymous Anônimo said...

Fernando, você deu um show nesse texto. Magnifico! Fica para todos nós uma bela reflexão, fruto de sua grande sensibilidade para com os problemas do mundo. É bem verdade que não podemos mudar as coisas de uma vez. Mas cada um fazendo sua parte, vira um grande mutirão de solidariedade humana. Tenho sentido pelos emails e mensagens que recebo, uma grande preocupaçãoo com os problemas dos menos favorecidos, principalmente a fome. Acho que está havendo uma grande mudança de mentalidade, uma grande conscientizaçãoo geral e uma grande luz no fim do túnel, não de nossos governates, mas do povo em geral. Repassei seu texto para meio mundo, não pare por aí, por favor. Os poetas tem uma grande responsabilidade, pois através de seus escritos, podem chegar mais perto de inúmeras pessoas. Veja por exemplo esse texto.
Minha admiração pelo poeta Fernando, cresce cada dia mais.
Desculpa o tamanho do texto, mas me empolguei. Parabéns Fernando!!!
Beijos da amiga Glória

13 de jan. de 2008, 22:50:00  
Anonymous Anônimo said...

Eu tenho certeza que Deus subscreveu esta canção-de-amor, sorriu em sua lágrima que chora a insensatez humana. E abraça o poeta num toque especial de paz. E eu... me curvo diante desta beleza poética, num gesto, também de reconhecimento pela 'genialidade' da poesia deste grande Fernando Peixoto.
Aplaudo com gratidão.
Michèle

16 de jan. de 2008, 20:21:00  
Blogger A.S. said...

Meu caro Fernando,
Como já alguém disse isto é uma canção de Amor! E eu acrescento que é também um grito!


Sem a mais leve hesitação
junto o meu ao teu grito!
Na Paz e no Amor eu acredito!
Fazer do teu poema uma canção!...


Um grande abraço!!!!
Albino Santos

19 de jan. de 2008, 13:12:00  
Blogger lena said...

um grito de amor tão profundo e sentido, um grito à consciência, um grito ao mundo em que vivemos...

aplaudo este seu Poema, Fernando Peixoto. aplaudo de pé.

a lágrima acabou por cair, perante a dor que se sente em cada verso, a lágrima é de sofrimento

a sua sensibilidade não tem medida meu querido poeta e a minha admiração por si cresce

um terno abraço

lena

20 de jan. de 2008, 08:52:00  
Blogger Stella said...

Este é um dos poemas mais tristes e belos que já li...

A verdade do que escreveu torna-o doloroso como a dor da criança desta foto (esteja ela viva ou já tenha partido deste mundo)...

E a beleza permanece na delicadeza de suas palavras ao tocar na ferida que o mundo insiste em ocultar...

Um abraço, Fernando, e parabéns pelo blog! Virei sempre aqui para ler os poemas de vocês dois.

Até breve!

20 de mar. de 2008, 12:49:00  

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