terça-feira, 12 de janeiro de 2010



« Quando o Silêncio Fala... »
Sylvia Cohin

Quando o silêncio fala, é isso...
Luz a fazer-se pensamento decantado e mudo.
Vasto como a solidão, nasce no imo e deságua em mim, clareza súbita a brotar da imensidão de minha galáxia.

Quando o Silêncio fala, ecoa.
Murmúrio impreciso, pleno de lampejos,
fala comigo no espanto de descobertas, enquanto
reverbera martelando em mim, os seus sinais.

Quando o silêncio devaneia...
É Lucidez a me atirar nos braços da Razão.
É bússola que me aponta o Norte, Mão que me arrasta, Chão que não me deixa despencar.

Quando o silêncio fala...
Aguça minha consciência e me estremece o coração.
Sua presença maciça me invade como onda em
quebra-mar, sua voz a latejar! Inúteis as mordaças.

Quando o silêncio fala... eu calo.
Deixo que me penetre sem opor resistência, e como um rio, abraço a afluência que me inunda, ou me encolho como água de barragem, contida na garganta das comportas...

E no Aceite de minhas incoerências, mansamente,
enquanto sorvo Respostas, escuto enfim!

Sylvia Cohin
Publicado em 12.01.2010

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