domingo, 30 de março de 2008


« APELO A CLIO »
(entrelace)

Vem, doce Clio, sobre as vagas
e sussura-me ao ouvido os teus segredos
eliminando de vez todos os medos
que se perdem nas mãos com que me afagas.

Vou, Dionísio, atender aos teus apelos
e na calma dos afagos te confesso:
não temas, porque meu amor não meço
nem deixo de aninhar-te nos meus zelos.

Vem, doce Clio, e que os teus lábios
repousem de mansinho sobre os meus
e que o brilho dos teus olhos sábios
penetrem nos meus olhos que são teus.

Vou, plantar em teus lábios meu carinho,
semente de um querer onde me enleio,
fundir-me em ti tangendo teu receio
e achar no teu olhar o meu caminho.

Porque nada, Amor, do que conheço
faz sentido sem ti para adorar
e a própria dor de que padeço
se atenua no prazer de te cantar.

Musa és das histórias que eu invento
e o centro do meu estro em movimento.

Vem, doce Clio, dá-me a mão,
e o milagre nascerá desta magia
com que alimentas em mim esta paixão
de ter-te como Musa em cada dia.

Vou, cantar contigo a dor de tanto amor
vivido passo a passo nessa estrada
mãos dadas, ao teu lado, enfeitiçada,
serena, confiante e sem temor!

Se um dia foste o mito que sonhei,
és hoje a realidade... Acordei!

Fernando Peixoto & Sylvia Cohin
(republicado)

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1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Même si ce poême fut dejá publié,c'est toujours un régal le relire à nouveau...

Gros bisous à mes deux poétes preférès!!!

Rosa

7 de abr. de 2008, 07:06:00  

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