segunda-feira, 18 de maio de 2009

« UM NOVO DIA »

Fernando Peixoto


Em Portugal são 39 minutos do dia 18 de Maio de 2005. Há largos anos nascia algures, em terras brasileiras, Clio, a musa da História, mas também aquela que deu a volta à sempre apaixonada cabeça de Eros.
Mais tarde, Clio acabou por dedicar-se às Letras, tendo mesmo produzido alguns dos mais belos poemas de amor escritos na língua de Camões. A sua arte poética é tão ornada de efeitos literários e de tão intensas cargas emotivas, que o deus do Amor acabou mergulhando nas águas límpidas e cristalinas dos versos de Clio. Hoje é possível encontrá-los ambos, de mãos dadas nos jardins de Apolo, com os corpos inundados do hidromel da Poesia, cantando em uníssono fascinantes ditirambos ao mesmo tempo que saúdam o reencontro com a Vida !

Como dói este amar-te sem te ver,
Guardar-te, mesmo assim, no coração.
É duro desejar-te sem te ter
Calar no silêncio esta paixão.

Como é duro, Amor, ter de sofrer
Da presença de ti a privação,
Esforçando-me, Amor, por esquecer
As agruras de tanta solidão.

Moído de saudade, eu acalento
O sonho de viver esse momento
Em que há-de terminar a nostalgia.

Sonharemos, então, de olhos abertos,
De mãos dadas, felizes e libertos
Descobrindo o Futuro nesse Dia.

FERNANDO PEIXOTO

Portugal, 18.05.2005

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NOTA: "EROS"/"DIONÍSIO" (FERNANDO PEIXOTO), e "CLIO" (SYLVIA COHIN),
foram pseudônimos usados pelos autores EM MUITAS PARCERIAS POÉTICAS.

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sexta-feira, 8 de maio de 2009


« Desta Mãe »

Sylvia Cohin,
« para seus filhos »


Os sonhos que sonhei desde menina
E o tempo em seu capricho esmaeceu,
Revivem nesse outono e na retina
Quando contemplo cada filho meu...

O tempo vai passando e revigora
Esta certeza que me leva além:
Se neles sigo, Eterna, vida fora,
Em mim, eles são Luz que me sustém.

Quando os estreito cheia de emoção
- não há outra palavra que defina -
São eles meu Altar de Adoração,
A chama que meus olhos ilumina

Escrevo então, meu verso mais singelo,
E embriagado desse amor intenso,
Maior que os sonhos, sinto aquele anelo
Que me faz Vida, quando neles penso.

Por eles me fiz nau que não soçobra
Singrei o mar no traço do destino...
Co'as fibras de um amor que se desdobra,
Eu fui Mulher e Mãe sem desatino.

O abraço que nos une, é como um Porto;
Escola sempiterna da aprendiz
Que sou, aqui confesso, e não me importo:
Meus filhos, grandes mestres, sou feliz!

SYLVIA COHIN


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da obra literária, artística ou científica.

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