Sylvia Cohin
Um encontro tão fugaz,
doce contato casual,
despertou o instinto audaz,
daquele clima sensual...
Bem gravado na retina
e no bater do coração,
brilhou o olhar em surdina,
vibrou lá dentro a emoção...
Lentamente o amor tecia
um querer, bem passional,
e o outono florescia
temporão, ocasional!
As palavras não ousavam
mais que versos já sabidos...
E no peito consagravam
gozos antes pressentidos...
Secreto e divino encanto
desta explosiva emoção,
todo o êxtase e o encontro
da cúmplice interação!
Selamos Homéreo pacto
nas ágoras a cantar,
onde o povo estupefacto
nem podia acreditar...
Foi mais forte esta energia,
do que a velada intenção,
misto de enlevo e agonia,
de gozo pleno e emoção!
Nossos corpos mapeados
nas palmas de nossas mãos,
as vidas encadeadas
por elos de uma paixão...
Teu sussurro em meus ouvidos
vale mais que o mundo inteiro...
Dou-te os meus ais, querido,
meu suspiro derradeiro...!
Entregues em oferendas
sabemos, ninguém há igual.
Para o Olimpo somos prendas
do mais belo ritual...
Não há nada parecido
nem se consegue entender,
como pôde ter nascido
tanto amor... nele caber!
Falamos por entrelinhas,
basta o nosso pensamento,
quando juntos, tu me aninhas,
te envolvo em meu sentimento...
Não há distância pra nós,
nem tristeza ou despedida,
ouvimos do outro a voz
e a emoção desmedida...
Toma, leva minh´alma!
Dela já és posseiro...!
Dá-me este amor e a calma,
que me invade por inteiro!
Caminhemos, encantados,
num delírio inexplicável,
flutuando, enfeitiçados,
por este amor inefável!
SYLVIA COHIN
2 Comments:
Você é uma estrela que brilha no amor e na poesia.beijos. Cleide
Olá Mana!
Que posso dizer deste Poema teu que não seja repetir-me?!
É um belo poema, claro!!!
Sabes bem como gosto da tua Poesia e como fico feliz cada vez que leio os teus Poemas e as tuas prosas (que acabam sendo também poesia).
Um beijo carinhoso da Mana.
Maria Mamede
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