Sylvia Cohin
vi o desenho na espuma
do vulto de uma sereia
fazendo verso na areia
de um poema que se esfuma
na fúria da maré cheia.
vi o mar enfurecido
a fustigar o rochedo;
entre as fendas do penedo,
vi um búzio recolhido
na concha com seu segredo...
vi meu barco impetuoso
enfrentando com braveza
o açoite da correnteza,
oscilante, mas teimoso,
a vencer sua proeza...
vi prantos boiando n‘água
e o mar engolir sedento
os gemidos de um lamento
molhando a franja da anágua
que reveste o pensamento.
vi o sonho flutuante
no horizonte condensado.
um farol iluminado,
um apelo embriagante,
ao barqueiro extenuado.
vi também um pescador...
navegava alheio ao mar
entregue ao árduo labor
e a Netuno protetor,
ensimesmado, a remar
SYLVIA COHIN
3 Comments:
Syl, somente a imensidão do mar, sua bravura e beleza podem retratar o tamanho da sua sensibilidade ao conceber esse Po-e-Mar. Nele velejamos nas ondas do amor com todas as suas nuanças de momentos fortes, bonitos, mas também daqueles que as incertezas nos conduzem à dúvida, ao medo da chuva e a incerteza do navegar em mar tranquilo.
O mar, minha paixão, meu sonho, meu desvelo sempre inspirou, inspira e continuará a inspirar poetas e trovadores. Este azul de imensidão feito está muito bem tratado neste poema. Pão,labor, dor, amor...é o mar.
Beijinhos, Sylvia.
Oi Syl querida, hoje vc está brilhando tb lá em casa, aliás vc brilha no mundo todo !!!!
Bjs do teu amigo
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