Sylvia Cohin
Nas histórias de um poeta,
o inverossímil veste-se de verdade;
É tão convincente, que não se percebe
a singularidade.
Se a rima tem alegres sustenidos
ou se é triste e embarga a voz
entre gemidos,
a alternativa do poeta é a entrelinha,
sutil e sorrateira, encravada como espinha...
Surpreendente, não raro ousada,
por vezes de arrelia ou revoltada...
Pontuação que acentua a emoção,
entre parêntesis oculta um grande hiato
perambulando entre a fantasia e o anseio
que amiúde, narra como sonho... ou mero fato...
Na metáfora, o poeta instiga,
raramente usa a maledicência
e na figura, sem perdão, caustica!
Sempre em vigília, o poeta espreita.
Revela em cada rima o instante captado,
(sonhado ou revivido)
e partilha, realizado...
Tem fome, anda à cata de alimento
pelo mundo...
Inquieto, mergulha sempre mais fundo.
Agarra o infinito
e brada ao vento, em verso, o grito...
Assim, alcança o clímax,
prostrado aos pés da Musa mítica,
entrega ao mundo um novo Poema!
Gotejam reações, ouve-se o aplauso,
eclode a crítica
que o ego do poeta alimenta...
- POETA, MOSTRA A ALMA NUA!
Fugaz momento que a simbiose evidencia...
Caem barreiras e o poema ganha Vida,
já não é só uma poesia...
Fusão perfeita,
canta o Poeta de sua Cidadela
e o mundo atento se deleita.
O Poeta é um pensador.
Não... melhor dizer que é um pescador...
É navegante...
e frente ao Mar da vida errante,
despeja rimas « sua verdade »
que a espuma engole e lança na
ETERNIDADE...
SYLVIA COHIN
4 Comments:
Syl, poetas têm mesmo fome, se alimentam do mundo que os aplaudem ou os rejeitam...
Pensador ou pescador "mostram a alma nua"!!!!!
Profundo, belo e sua cara!!!!
Chére Sylvia
Magnifique!!!Que ferions-nous sans les poétes?
Ils nous transportent dans un monde merveilleux,ils déchirent des voiles que mettent à nú notre âme...
Merci pour exister et partager avec nous ces sentiments qui viennent du profond de vous-même.
Bisous Rosa
Sem dúvida, minha amiga,estes teus versos são uma obra-prima.O desnudar dessa tua alma poética é por demais abrangente e profundo. Não é a primeira vez que os leio e tenho certeza, não será a última.
Muito carinho. Cleide
Exatamente como diz você: "A alternativa do poeta é a entrelinha." Por isto, escrever ou
ler um poema é quase uma ciência oculta. Da área de Humanas sim, mas
pendendo para a Metafísica. Quer saber? Você escreve muito bem!
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