Fernando Peixoto
Pode calar-se o grito
pode queimar-se o papel
em que o poema estava escrito
pode mesmo matar-se o poeta
mas o Poema
esse é feito de eternidade
e resiste para além do medo
estilhaçando o mármore dos túmulos
e cavalga sobre o algodão das nuvens
até às galáxias mais longínquas
do universo da quimera
O Poema viverá para lá do poeta
porque o poema é o seu sémen
atirado ao futuro
para que germine no útero do sonho
Ninguém pode sepultar um poema
FERNANDO PEIXOTO
9 Comments:
Fernando amigo, ninguém seria capaz de fazer germinar algo com a confiança de um nascer perfeito... como só tu fazes...
Abraço, Zé
Oi, Fernando, este é o poema que eu gostaria de ter escrito. Completo, maravilhoso! Bom ser leitora do Chave da Poesia. Somente assim, com acesso a esse espaço tão rico, posso me dar ao direito de dizer com você:
-"Ninguém pode sepultar o Poeta"...
Ninguém o calará, jamais!
Amigo Fernando
É o poema a semente que germina em qualquer solo, na água ou no ar, porque nada necessita além do que já está na sua essência. Basta apenas um olhar para fazê-lo desabrochar e esse primeiro olhar é o do seu próprio criador.
Lindos versos! Não morrerão.
Abraços
Cleide
Amigas Cleide, Emy e Amigo Zé:
Agradeço as palavras, não pelo elogio, mas pelo afecto que transmitem.
Um abraço fraterno do
Fernando Peixoto
Fernando: Que poder nas palavras! Belissimo poema! Digo: BELISSIMO!
De uma profundidade tamanha que ate assusta!
Lindo!
Beijos
MARY
Fantástico este poema.Bravo, Poeta! Para quem gosta de poesia encontrar algo com tanta beleza é entrar no paraíso, no universo do sonho.O Poema e o poeta são parte integrante um do outro, indissociáveis. Nenhum morre. Estão para além do tempo.
Beijinhos
Ninguém cala...o poeta, em tempo de caladuras, Belo Grito!
Belíssimo, uma conclusão extremamente inteligente e ao mesmo tempo poética e eterna, como você mesmo o disse.
Lindo!
Fernando, estou aqui à convite da Sylvia e fiquei maravilhada com o blog. Adorei tudo aqui editado e deixo aqui, neste grandioso poema, os meus aplausos, extensivos a todo blog.
Parabéns!
Marise Ribeiro
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