Sylvia Cohin
Debruço na janela e espreito a Vida
Que teima em se esconder acabrunhada
Envolta na cortina esfumaçada
Que usa como veste preferida...
Em vão a brisa sopra alcoviteira
As franjas dessa roupa debruada
Que encobre de mistério a caminhada
Negando-me a visão da vida inteira...
Alheia ao meu temor inquietante,
Esboça o vulto incerto e intrigante
Daquela persistente tecelã...
Desisto da vigília sem proveito
E destorcendo as fibras do meu peito,
Sigo tecendo a veste do Amanhã...
SYLVIA COHIN
4 Comments:
Perfeito o soneto, amiga Sylvia. Senti até a vibração.E olhe que li uma porção de vezes. Aliás, não dá para ler uma vez só o que você escreve.
Beijos
Cleide
Meu aplauso para a poeta e sonetista! Syl, que versos ricos e harmoniosos, vestidos de cadência, conteúdo, leveza e transparência...
Um tema que associa o sonho ao amor, ao real. Amei!!!!
Sylvia, que coisa mais linda. Ja li, reli e "Trili"...rs
Nossa, que lindo! "Seguir tecendo a veste do Amanha", nao ha frase mais linda que essa...
Um beijo querida
MARY
Minha mana e "ídola" que maravilha de soneto, que versos tão bem construídos e com tantos significados embutidos, capaz de me fazer viajar em tuas letras, além da mente, além da alma.
Te adoroooooooooooo!
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