sábado, 31 de maio de 2008

« Duas Pérolas Negras »

Fernando Peixoto

No teu rosto, sorrindo, há tal encanto,
Uma luz fulgente, uma esperança
De alguém que de viver nunca se cansa
E com aves se irmana em doce canto!

Há um brilho escondido no recanto
De um olhar inocente, de criança
Que nos devolve a doce temperança
E afasta para longe qualquer pranto.

Nos teus olhos repousa tal candura
Que a gente sente neles a ternura
Que a todos abraça e contagia.

São olhos, mas parecem mais estrelas,
Duas pérolas negras, mas tão belas!
Não são olhos apenas, mas Poesia!

FERNANDO PEIXOTO


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quarta-feira, 14 de maio de 2008

(Em resposta a "Vendo e Ouvindo Estrelas" de Gui Oliva)

De Estrelas... Bilac... e Gui...

Sylvia Cohin

O morse misterioso das estrelas
e o encanto que exercem nas pupilas,
fazem crer que impossível é não vê-las
e difícil, viver e não ouvi-las!

E aqueles que ao Poeta chamam louco
julgando que o seu verso é só delírio,
jamais olharam o céu e muito pouco
entendem das estrelas e seu círio!

Pois louca, só permito que me chame,
quem como eu, perambula pelas quinas
das estrelas, e tem no olhar o enxame
de luz, que faz brilhar suas meninas!

SYLVIA COHIN

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« MÃE, PROCUREI... »

Sylvia Cohin

Revirei o baú de nossa história
sem saber muito bem o que queria,
se um poema falando de seu Dia,
ou as rimas pra louvar a sua Glória...

No baú de poeira envelhecido,
tanta coisa impregnada de você,
como pauta dormitando à mercê
de um cantar, relembrando o esquecido...

Na mescla dos guardados encontrei
um amor repartido por igual;
Quanto tempo de um zelo pontual
a dizer com doçura: "só amei"!

O porta-jóias tímido ensaiava
cantigas de ninar que ainda em nós,
ressoam como o tom de sua voz
entre os ralhos e risos que entoava...

Li na pauta de sua melodia
a elegância de seu jeito precioso,
o requinte discreto e operoso
da Lição de ser Mãe e Eucaristia...

Um lenço de cambraia dobradinho
guardava o pranto oculto e amarelado
que nunca foi por nós compartilhado
no quente do seu terno e doce ninho.

Mãe, onde foi buscar este sorriso
que seu rosto ilumina de emoções
e perdura através das gerações,
nesta vida que é sempre um improviso?

Mãe tão sábia, seu Diploma é a Lida.
Sua Escola vale mais que os lauréis
que ostentam por aí os bacharéis,
erguida com o Labor de sua Vida.

A Virtude tem sido o seu Troféu,
sua herança para a posteridade
que nos dá essa Paz de estar no Céu
e ao Viver, o sabor de Eternidade...

SYLVIA COHIN
11 de Maio de 2008

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« Na Cidade dos Sonhos »

Sylvia Cohin

Sonho é sonho, sem idade,
Que além da realidade
Inspira e ajuda a viver;
O sonho que a mão espalma,
Definha e sufoca a alma
Que luta pra não morrer...

É cidade que se espalha,
Que a imaginação entalha
Com o cinzel da emoção
Onde habita toda ânsia
E em qualquer circunstância,
É pilar de construção.

Só fica perdido em véus
No topo de arranha-céus,
Fora do alcance da mão.
Transforma-se em utopia
"ah, se eu pudesse faria"
Entre o desejo e a ficção.

Sendo o sonho intemporal,
Parece sempre atual,
Nasce envolto de grandeza,
Seu esplendor pede espaço,
Mas lhe basta um bom regaço
E do aconchego, a certeza...

No ‘concreto’ se edifica
Devagar, corporifica,
Parto de dor e de anseio...

Por quê raios nesta vida
Se o sonho é 'sob medida',
Metade é só devaneio?

SYLVIA COHIN

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