« MÃE, PROCUREI... »
Sylvia Cohin
Revirei o baú de nossa história
sem saber muito bem o que queria,
se um poema falando de seu Dia,
ou as rimas pra louvar a sua Glória...
No baú de poeira envelhecido,
tanta coisa impregnada de você,
como pauta dormitando à mercê
de um cantar, relembrando o esquecido...
Na mescla dos guardados encontrei
um amor repartido por igual;
Quanto tempo de um zelo pontual
a dizer com doçura: "só amei"!
O porta-jóias tímido ensaiava
cantigas de ninar que ainda em nós,
ressoam como o tom de sua voz
entre os ralhos e risos que entoava...
Li na pauta de sua melodia
a elegância de seu jeito precioso,
o requinte discreto e operoso
da Lição de ser Mãe e Eucaristia...
Um lenço de cambraia dobradinho
guardava o pranto oculto e amarelado
que nunca foi por nós compartilhado
no quente do seu terno e doce ninho.
Mãe, onde foi buscar este sorriso
que seu rosto ilumina de emoções
e perdura através das gerações,
nesta vida que é sempre um improviso?
Mãe tão sábia, seu Diploma é a Lida.
Sua Escola vale mais que os lauréis
que ostentam por aí os bacharéis,
erguida com o Labor de sua Vida.
A Virtude tem sido o seu Troféu,
sua herança para a posteridade
que nos dá essa Paz de estar no Céu
e ao Viver, o sabor de Eternidade...
SYLVIA COHIN
11 de Maio de 2008
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